Arma de choque pode matar, diz médico


O uso de armas de choque elétrico como a que foi utilizada no início da tarde de ontem durante o corte do bolo em comemoração ao aniversário da cidade de Rio Preto pode matar.
De acordo com o cardiologista Percival Trindade, dependendo de onde a arma é direcionada e a intensidade da voltagem, pode causar parada cardíaca, principalmente em pessoas com alguma cardiopatia.
“O coração bate de acordo com uma pulsação elétrica, se o corpo recebe uma sobre carga, ele pode parar de funcionar e a pessoa pode morrer caso não seja atendida a tempo”, explica o médico.
Segundo ele, crianças e idosos são mais suscetíveis ao efeito do choque elétrico. “Além disso, pessoas que usam marcapasso correm um risco ainda maior, já que o aparelho emite micro choques para que o coração bata no compasso certo e uma descarga maior afeta seu funcionamento”, diz o especialista.
O especialista em segurança, José Vicente da Silva Filho, condena a forma como a arma foi usada no evento em Rio Preto. De acordo com ele, nenhum agente de segurança, que esteja armado, seja com armas não letais ou armas de fogo, deve ameaçar disparando.
“A arma só deve ser acionada em caso de ameaça concreta e bem direcionada, nunca um agente, seja ele policial ou particular pode atirar a esmo como no caso citado, quando o segurança eletrificou o gradil colocando em risco e atingido diversas pessoas ao mesmo tempo.
Ele não poderia nem mesmo ter acionado a arma pra cima, como forma de alertar, isso é um erro, pois pode provocar uma confusão ainda maior e atingir inocentes”, afirma. “Eu não sabia que haviam usado, não houve determinação da prefeitura para a utilização, vamos investigar a fundo para saber porque essa arma estava lá e porque foi utilizada sendo que não houve tumulto que justificasse seu uso. Não estava presente, mas minha esposa me contou que tudo ocorreu na maior tranqüilidade”, afirmou o prefeito Valdomiro Lopes.
Já o Secretário de Cultura, Deodoro Moreira, que não soube informar o valor gasto na contratação dos seguranças, disse que se ficar comprovado o uso desse tipo de arma, a empresa nunca mais será contratada
pela prefeitura.
“Eu só sei que ficou menos de R$ 8 mil, pois não precisou abrir licitação, fizemos a compra direta, mas não me recordo o nome da empresa e hoje tive um dia muito corrido, não consegui levantar esses dados”, afirmou o secretário.
O representante de Rio Preto do Grupo Oppius, Reinaldo
Graça, disse que apenas um funcionário portava a arma de choque sem autorização da empresa e que ele já havia sido afastado, uma vez que esse tipo de arma não é usada pela empresa.
“Nós não usamos esse tipo de objeto, não houve motivo para ele ter disparado. Foi um caso isolado, ele foi contratado às pressas e não faz mais parte do nosso quadro”, afirmou Graça.
A Polícia Federal informou ontem que está investigando a atuação da empresa no evento em Rio Preto.

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