Quem engorda após redução do estômago pode usar gás para emagrecer


Argônio é usado no emagrecimento de pessoas que voltam a engordar após redução do estômago.
Novidade foi apresentada em curso de cirurgia bariátrica realizado em Rio Preto.

O reganho de peso em pacientes que se submetem à cirurgia bariátrica, ou de redução do estômago, é um fenômeno que já começa a preocupar: até 20% dos pacientes voltam a engordar entre 5 e 10 anos depois de se submeter ao procedimento. A solução para o problema pode estar em um gás chamado argônio.



A novidade foi apresentada no 3º Curso Internacional de Cirurgia Bariátrica e Metabólica por Videolaparoscopia, que começou na quinta-feira e termina neste sábado, em Rio Preto.
De acordo com Roberto Luiz Kaiser Junior, organizador do encontro, o argônio pode ser usado em diversas situações: “Na prevenção de recidivas após ressecções endoscópicas, sangramento ativo, angiodisplasias, retite actínica, entre outras”, explica.
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No entanto, é naqueles que tiveram reganho de peso que o gás é mais utilizado. É que o argônio promove um estreitamento da junção estômago/intestino, o que permite à pessoa voltar a ter uma sensação de plenitude por tempo prolongado, retardando o esvaziamento gástrico. “Durante o curso, apresentamos casos de pacientes operadas que tiveram reganho de peso após alguns anos, no intuito de possibilitar uma nova redução do peso”, diz.
Kaiser também observa que aqueles pacientes que foram submetidos à cirurgia com o anel e tiveram de retirá-los também estão propícios ao procedimento. “Deve ser analisado caso a caso”, alerta.
O gás, porém, não é “milagroso”. Nada impede que o paciente volte a ganhar peso após o argônio se tiver, por exemplo, uma alimentação desregrada. Em média, é preciso que o paciente seja submetido a três sessões para atingir oresultado desejado.

O PAPEL DO ARGÔNIO

■ O argônio é um gás nobre utilizado na prática endoscópica. A proposta é a de usá-lo por via endoscópica (sem cirurgia e sem cortes) para “fechar” a saída do estômago de pacientes já operados e que estão reganhando peso. A técnica deve ser seguida de acompanhamento nutricional, psicológico ou psiquiátrico e
atividade física
■ O método consiste em fulgurar (queimar) a saída (“costura”) para o intestino do estômago operado com a
finalidade de diminuir o diâmetro. Isso proporciona saciedade mais precoce nos pacientes e leva à perda de peso. Sempre importante lembrar que o acompanhamento nutricional, psicológico ou psiquiátrico e a atividade física são fundamentais e melhoram o resultado final
■ São necessárias de 3 a 4 sessões com intervalo de 6 a 8 semanas entre si 
■ É indicado para pacientes com mais de 2 anos de pós-operatório de cirurgia bariátrica do tipo Capella ou bypass gástrico que já reganharam pelo menos 10% a mais do peso mínimo atingido
■ Só no serviço médico de Curitiba já são mais de 100 pacientes“reoperados”, desde 2010
■ Mesmo após a cirurgia com o argônio, há risco de reganho de peso. O comportamento precisa mudar. O
estômago não trabalha sozinho
■ De 10% a 20% dos pacientes reganham peso após o bypass gástrico (cirurgia de Capella). Geralmente, este reganho se dá após 18 a 24 meses de pós-operatório


Procedimento ajuda a reduzir o diabetes

Existem hoje, no Brasil, quatro modalidades diferentes de cirurgia bariátrica, que são: bypass gástrico ( gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”), gastrectomia vertical e duodenal Switch -
além do balão intragástrico, que não é considerado cirúrgico. E os profissionais desta área da medicina tentam determinar, entre elas, qual a melhor para alcançar benefícios em casos específicos.
No caso da diabetes do tipo 2, por exemplo, um estudo brasileiro aponta a cirurgia de gastroplastia como a
mais indicada.
O estudo, realizado com 66 obesos com IMC entre 30 e 35 kg/m2 submetidos à operação de Y-de-Roux
por videolaparoscopia (menos invasiva) e monitorados ao longo de seis anos, mostrou que a remissão do diabetes foi constatada em 88% dos pacientes. Também houve melhoria do nível glicêmico em 11% dos casos, mesmo com a supressão de medicamentos antidiabéticos.
O médico Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, e mé-
dico do Hospital Oswaldo Cruz, que realizou a pesquisa, observa que a tendência é que o índice de massa corpor a l ( IMC ) deixe de ser o único parâmetro para a indicação cirúrgica.
“O critério mais importante deverá ser a avaliação clínica global do paciente, para se examinar, por exemplo, a existência de síndrome metabólica e a gravidade de doenças crônicas associadas como o diabetes tipo 2”, analisa.
“Os estudos mostram que a mortalidade decorrente do diabetes não tem relação direta com IMC elevado. Os primeiros sinais da doença podem aparecer mesmo em pessoas mais magras. Isso significa que, apesar da aparência saudável, essas pessoas possuem excesso de gordura maligna, o que pode esconder diversas doenças”, completa.

SAIBA MAIS
■A cirurgia bariátrica e metabólica - também conhecida como cirurgia da obesidade, ou popularmente
redução de estômago -reúne técnicas comrespaldo científico destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele
■ O conceito metabólico foi incorporado há cerca de seis anos pela importância que a cirurgia adquiriu no
tratamento de doenças causadas, agravadas ou cujo tratamento/controle é dificultado pelo excesso de peso ou facilitado pela perda de peso - como o diabetes e a hipertensão -, também chamadas de comorbidades
■ São aprovadas no Brasil quatro modalidades diferentes de cirurgia bariátrica e metabólica: bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”), gastrectomia vertical, duodenal Switch e terapia auxiliar com balão intragástrico.



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