Pesquisa norte-americana mostra que pessoas que sofrem de distúrbios respiratórios durante o sono têm mais chance de desenvolver o câncer
Uma pesquisa divulgada por cientistas da Universidade de WisconsinMadison, nos Estados Unidos, revela que pessoas que roncam muito e sofrem de graves distúrbios respiratórios durante
o sono têm uma probabilidade quase cinco vezes maior de ter câncer. Os cientistas acreditam que a correlação pode ser explicada pelo suprimento inadequado de oxigênio durante a noite nos pacientes com o problema. Antes, testes feitos em laboratório já haviam mostrado que a interrupção intermitente da respiração leva a um crescimento mais acelerado de tumores. A explicação é que a falta de oxigênio estimula o crescimento de vasos sanguíneos que nutrem esses tumores.
Estudos mostram que metade da população brasileira tem distúrbios do sono. Um dos principais problemas é o ronco, que atinge de 40% a 60% da população adulta, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Pélvico - Facial (ABORL-CCF). Em alguns estudos feitos nos quatro cantos do mundo, o ronco tem sido associado com um risco aumentado de hipertensão, doença cardíaca isquêmica e acidente vascular encefálico. Os mecanismos são desconhecidos, mas provavelmente mediados pela apneia obstrutiva do sono. Contudo, a maioria dos roncadores não tem apneia do sono.
Os pesquisadores norteamericanos analisaram dados de mais de 1,5 mil pacientes que participaram de um estudo sobre Distúrbios Respiratórios Obstrutivos do Sono (DROS) ao longo de 22 anos. A forma mais comum de DROS é a apneia obstrutiva do sono, na qual a respiração é bloqueada, fazendo com que a pessoa fique sem ar. Esse quadro provoca ronco e a interrupção do sono. O problema é geralmente associado à obesidade, diabetes, pressão alta, ataques cardíacos e derrames.
Os participantes passaram por testes a cada quatro anos que incluíram análises de sono e respiração. Os resultados mostraram que, enquanto pacientes com uma forma leve de DROS tinham apenas 0,1vez mais chance de morrer de câncer que aqueles que não sofriam com o problema, nos pacientes com uma forma moderada de DROS a chance de morte por câncer dobrava. A probabilidade aumentava drasticamente de acordo com a gravidade do distúrbio. Já naqueles com distúrbios graves de respiração, o risco aumentava 4,8 vezes.
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Prejuízos vão além da sonolência
A cirurgiã dentista Sheila Diniz, especializada em periodontia, reabilitação oral e em medicina do sono e uma das pioneiras no tratamento de ronco e apneia do sono, explica que já foi o tempo em que o ronco era apenas um fator de piadas e incômodo familiar, quando um dos membros do casal roncava e o outro tinha sono leve. “Descobertas recentes têm associado mortes provocadas por infarto e AVCs (derrames) a uma só causa principal: o sono superficial provocado pelo ronco e a apneia do sono”, explica. Enquanto o ronco se dá pela obstrução parcial das vias aéreas durante o sono, a apneia tem como agravante ser uma obstrução total, levando o portador a acordar inúmeras vezes durante a noite.
Os prejuízos de uma noite mal dormida devido ao ronco e apneia vão além da sonolência matinal e, segundo pesquisas norte-americanas, foram responsáveis apenas no ano passado por uma queda de produtividade em torno de US$ 41 bilhões na indústria. Noites de sono prejudicadas pelo ronco e apneia são responsáveis, na população adulta, por uma elevação de 46% de chances de problemas de hipertensão
arterial, 33% de arritmia cardíaca, 23% de anginas, 17% de infartos e 19% de acidente vascular cerebral.
“Motoristas que sofrem de apneia são sete vezes mais propensos a se envolver em acidentes de trânsito do que os que não apresentam distúrbios, e eles têm o dobro da possibilidade de bater o carro comparado a quem dirige alcoolizado”, complementa a Sheila.
A cirurgiã dentista Sheila Diniz, especializada em periodontia, reabilitação oral e em medicina do sono e uma das pioneiras no tratamento de ronco e apneia do sono, explica que já foi o tempo em que o ronco era apenas um fator de piadas e incômodo familiar, quando um dos membros do casal roncava e o outro tinha sono leve. “Descobertas recentes têm associado mortes provocadas por infarto e AVCs (derrames) a uma só causa principal: o sono superficial provocado pelo ronco e a apneia do sono”, explica. Enquanto o ronco se dá pela obstrução parcial das vias aéreas durante o sono, a apneia tem como agravante ser uma obstrução total, levando o portador a acordar inúmeras vezes durante a noite.
Os prejuízos de uma noite mal dormida devido ao ronco e apneia vão além da sonolência matinal e, segundo pesquisas norte-americanas, foram responsáveis apenas no ano passado por uma queda de produtividade em torno de US$ 41 bilhões na indústria. Noites de sono prejudicadas pelo ronco e apneia são responsáveis, na população adulta, por uma elevação de 46% de chances de problemas de hipertensão
arterial, 33% de arritmia cardíaca, 23% de anginas, 17% de infartos e 19% de acidente vascular cerebral.
“Motoristas que sofrem de apneia são sete vezes mais propensos a se envolver em acidentes de trânsito do que os que não apresentam distúrbios, e eles têm o dobro da possibilidade de bater o carro comparado a quem dirige alcoolizado”, complementa a Sheila.
Sinais e sintomas
As pessoas que sofrem de ronco ou apneia geralmente não se dão conta de que têm um problema, contudo, apresentam queixas como sono agitado, cefaleia matinal, aumento do volume de diurese noturna, impotência sexual ou diminuição da libido (20% dos pacientes com impotência que também apresentavam apneia e trataram resolveram o problema de impotência), irritabilidade, depressão, redução da capacidade intelectual, dificuldade de concentração, obesidade e perda de memória recente.“Existem soluções para o roncador e o cirurgião dentista tornou-se uma peça-chave nestes casos, pois pode tratar problemas como esse com o uso de aparelhos intraorais, sem a necessidade de intervenções cirúrgicas”, explica a cirurgiã dentista Sheila Diniz.
Depois de detalhada consulta e exame clínico, Sheila seleciona o melhor modelo de aparelho, confeccionado de acordo com o paciente. O modelo é instalado e ajustado na boca da pessoa, que recebe instruções de uso (só para dormir), tendo acompanhamento periódico para checar a eficiência.
Apesar de ser um problema comum, muita gente não procura ajuda. A decisão deve ser tomada quando a pessoa acorda de manhã e se sente cansada, sonolenta. “Isso já é um sinal de que o ronco está afetando a qualidade do sono e a saúde”, diz o otorrinolaringologista Michel Cahari, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Pélvico-Facial e presidente do Departamento de Medicina do Sono. O especialista deve ser consultado também quando o ronco perturba o sono de outra pessoa pelo menos quatro vezes por semana. O paciente geralmente é submetido a uma polissonografia, que mostra se o ronco está afetando outras partes do corpo, principalmente o pulmão e coração.
Formas de tratamento
Nos quadros mais leves de ronco e apneia, controlar os fatores de risco e a posição de dormir pode ser uma forma eficaz de tratamento. Para obrigar-se a dormir de lado, uma boa estratégia é costurar um bolso nas costas de uma camiseta e colocar dentro dele uma bolinha de tênis.Pode também ser útil usar, à noite, um retrator de língua, ou seja, uma prótese intraoral móvel, que ajude a manter a boca fechada e a projetar a língua um pouco para a frente.
Para os casos graves, a melhor indicação é o CPAP nasal. CPAP significa Pressão Positiva Contínua Nasal e é uma espécie de máscara que joga continuamente no rosto ar puro durante sua utilização. Além de melhorar as crises de ronco, seu uso afasta o risco de problemas cardiovasculares e de hipertensão.
A indicação de cirurgia no tratamento do ronco e da apneia do sono tem de ser muito bem avaliada.
A indicação de cirurgia no tratamento do ronco e da apneia do sono tem de ser muito bem avaliada.
POR DENTRO DO RONCO
■ O ronco é um ruído provocado por estreitamento ou obstrução nas vias respiratórias superiores durante o sono. Esse estreitamento dificulta a passagem do ar e provoca a vibração dessas estruturas
■ Pode ser considerado normal, quando a pessoa dorme de costas, por exemplo, porque a musculatura da
garganta fica mais flácida e a língua cai um pouco para trás. É classificado como patológico quando ocorrem
grandes vibrações e ruído intenso
garganta fica mais flácida e a língua cai um pouco para trás. É classificado como patológico quando ocorrem
grandes vibrações e ruído intenso
■ Pode, ainda, ser sintoma da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), patologia caracterizada por
parada respiratória com duração de pelo menos 10 segundos nos adultos e dois ou três segundos nas crianças
parada respiratória com duração de pelo menos 10 segundos nos adultos e dois ou três segundos nas crianças
Fonte: Jornal Diário da Região
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