Presépio de S. Luís de Beire comemora 25 anos de existência

Encenação aumentou ao longo dos anos e cobre já mais de 100 metros quadrados.

Recriam-se cenas bíblicas mas também usos e costumes




Ano após ano repete-se a tradição, mas este ano é especial. Há 25 anos que a família de Domingos Teles acolhe em sua casa, em Beire, um presépio visitado por milhares de pessoas. Abriu portas no passado sábado e até ao final de Janeiro quem quiser pode entrar e conhecer, de forma gratuita, não só a história religiosa mas inúmeras figuras que retratam as actividades rurais e os hábitos e costumes dos antepassados.
O presépio de Domingos Moreira Teles, de 74 anos, começou pequenino, mas o gosto do homem fê-lo crescer ao longo dos anos, acrescentando-lhe sempre novas peças e cenas bíblicas. Hoje, o reformado ainda ajuda a montar os cerca de cem metros quadrados de recriações, que ocupam a garagem e o terraço da habitação, mas são mais a esposa, Matilde Sousa (71), e o filho, Domingos Teles (34), que fazem de cicerones e acompanham os milhares de visitantes que procuram ver o presépio todos os anos.
Ao número de figuras que compõem a encenação já perderam a conta, mas são milhares, muitas delas, sobretudo em madeira, desde casas e igrejas, foram construídas pelo proprietário.
Este ano, explicou Domingos Teles, a montagem começou em Setembro. Passa não só pela colocação das peças mas pela criação de todo um cenário que encanta os visitantes, com ribeiros de água corrente, moinhos e fontes.
Quem visita o Presépio de S. Luís começa por ver recriações de cenas bíblicas antes do nascimento de Jesus, como Adão e Eva no Paraíso ou o casamento de Nossa Senhora. Só na segunda parte do presépio surge a figura de Jesus Cristo. Há encenações da casa da sagrada família, da fuga para o Egipto, do palácio do Rei Herodes, até ao nascimento de Jesus Cristo na manjedoura. Seguem-se cenas do Calvário, com a última ceia com os apóstolos, o caminho de Jesus até à cruz e a ressurreição. O cenário é sempre composto pela recriação de uma aldeia tradicional.
Numa última parte, recriam-se então os hábitos e costumes dos antepassados. Muitas das figuras e edifícios foram feitos por Domingos Moreira Teles. Quem visita pode ver desde a recriação das artes da lavoura até inúmeras cópias de capelas do concelho e região, entre estas a Igreja Matriz de Paredes e a Igreja do Senhor dos Aflitos em Lousada. Há ainda uma cópia da Igreja do Santuário de Fátima e uma réplica do Vaticano, assim como a encenação de uma grande procissão com inúmeros andores.
No primeiro domingo em que esteve aberto ao público recebeu mais de 100 visitantes, mas anualmente são milhares os que não deixam de passar pela habitação em Beire. Está aberto todos os dias e basta bater à porta para que tudo se acenda e ganhe vida, dizem os proprietários.
A entrada é livre, mas a família de Domingos Moreira Teles aceita que os visitantes, que queiram, contribuam com uma ajuda para manter o projecto a funcionar. "Em mês e meio gastamos mais de 500 euros em luz", refere o filho Domingos Teles. 


Mais de 500 euros de luz  são gastos em um mês e meio 

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