Vaidade ou insegurança explicam dificuldade de aceitar ajuda

Insegurança ou sensação de autossuficiência explica porque tantas pessoas têm dificuldade de pedir ajuda e preferem resolver tudo sozinhas.
A sobrecarga de trabalhos e compromissos assumidos diariamente faz com que muitas pessoas acreditem que são autossuficientes e não precisam de ajuda. Na verdade, isso é fruto de um falso pensamento propagado de que todos são obrigados a dar conta de tudo sozinhos e que pedir “socorro” é um sinal de fraqueza ou incompetência.

A insegurança, em várias vertentes, é uma das responsáveis por sustentar essa ideia, levando ao limite das forças física e psicológica. Na concepção torta sobre pedir ajuda, significa mostrar a falta de conhecimento, incapacidade para resolver problemas e até o receio de que quem ajudou pode se destacar mais, explica a psicóloga e psicopedagoga Silvana Parreira de Jesus.
A necessidade de provar uma capacidade sobre-humana leva ao máximo as forças física e psicológica, uma negação aos próprios limites, como se todas as pessoas agissem com o mesmo padrão. Esse frequente medo de perder espaço e não demonstrar fragilidades impede os pedidos de ajuda, assim como também a dificuldade de pedir. “Há pessoas que evitam pedir ajuda por vergonha e timidez simplesmente por não saber como pedir”, diz Silvana. Essa dificuldade de se expressar que já é comum nos relacionamentos do dia a dia, torna-se ainda mais impossível quando é preciso pedir uma mão amiga.

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Os comportamentos refletem o tipo de educação e vivência de cada um. Por exemplo, pessoas que cresceram ouvindo que não precisam pedir ajuda porque podem fazer sozinhas determinada atividade
criam a ilusão de que sua capacidade só é válida quando é executada sozinha.
Tal estímulo só vale em situações sem exageros, com o único intuito de aumentar a autoestima, e não o contrário, como pode acontecer. Essa diferença tem de estar bem clara para quem a ouve, para não confundir e acreditar que tem a obrigação de fazer tudo e mais um pouco sozinha.
E não é só isso. Para a psicoterapeuta Andrea Pavlovitsch, colaboradora do site Personare, a vaidade também tem importante participação na negação de quem está com acúmulo de atividades. Além de pensar que seus limites são maiores que os demais, tal pessoa acredita ser capaz de dar conta de tudo a que se propõe (ou propõem a ela), com receio de que não façam como ela poderia fazer ou com medo “do que os outros vão pensar”.
“Vivemos em uma cultura em que precisamos ser heróis. A sociedade valoriza demais a história na TV  falando de uma mulher que criou oito filhos, fez faculdade, trabalhou de faxineira e ainda costurou para fora. Acham lindo ficar falando ‘ai, que correria’. Todas as ilusões criadas pela mente e mantidas com muito sacrifício pessoal”, conta a psicoterapeuta.Mas onde fica a variedade ? A união dos talentos? A opção de encurtar caminhos, selando alianças, concluir mais rápido qualquer função para sobrar mais tempo para viver os bons momentos da vida? 
Ninguém dá conta de tudo, é preciso aceitar isso sem traumas. Tomar essa consciência tira um grande peso as costas e deixa a respiração até mais leve, com a divisão de trabalhos. “De fato, ninguém fará o que você faz da mesma maneira. Precisamos aceitar que existem pessoas que fazem as coisas de uma maneira muito boa, mesmo que seja diferente da nossa. Essa diversidade é parte integrante do nosso aprendizado”, destaca a psicoterapeuta.
Autossuficiente para quê?

Quem acha que é capaz de fazer tudo sozinho e evita compartilhar atividades, ideias e compromissos tem uma tendência a ter esse comportamento tanto no trabalho como na vida pessoal. A sensação de ser autossuficiente pode trazer o gosto amargo do egoísmo e afasta as pessoas, dificultando até atividades que exigem trabalho em equipe.
Por terem excesso de confiança, acreditam que não precisam de ninguém para conseguir atingir o sucesso. “Há pessoas que estão acostumadas a viver dessa forma, sem pedir ajuda e sozinha. Com isso, têm a sensação de não precisar de ninguém e acabam nem ouvindo o que o outro tem para dizer”, explica a psicóloga e psicopedagoga Silvana Parreira de Jesus.
“Uma pessoa que acha que ninguém no mundo pode ajudá-la é uma sensação de tragédia, de estar completamente sozinha”, diz a psicoterapeuta Andrea Pavlovitsch. Uma hora ou outra, esse sentimento de superioridade transborda e gera sentimentos de tristeza e até depressão.
O herói que tudo consegue abre espaço para a vítima, que é criada sem nenhum tipo de defesa e acaba perdendo o que conquistou ou quer ganhar.“Na maior parte das vezes, o que precisamos é de equilíbrio”, afirma Andrea.

Dicas
■ Tenha humildade, entenda que todos têm limitações
■ Peça ajuda quando surgir alguma dificuldade, seja no trabalho ou na vida pessoal
■ Surpresas agradáveis podem acontecer quando há espaço para ajuda
■ Pratique trabalhos em equipe. É mais rico do ponto de vista criativo
■ É melhor pedir auxílio que ficar na dúvida
■ Situações emocionais e comportamentais também precisam de atenção
■ Quando você não sabe o que fazer, busque a opinião de amigos ou profissionais 
Fonte: Andrea Pavlovitsch, psicoterapeuta; Silvana Parreira de Jesus, psicóloga e psicopedagoga




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